Que te olho muito profundamente
Desculpa..
Tudo que vivi foi profundamente
Eu te ensinei quem sou
E você foi me tirando
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade
De me inventar de novo
Desculpa se te olho profundamente, rente à pele
A ponto de ver seus ancestrais
Nos seus traços
A ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos
Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos
Eu não vou renunciar a mim
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente.
[Ana Carolina]
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